sábado, 10 de agosto de 2013

Livro "Olhai os lírios do campo" de Érico Verissimo

A história de hoje se passa em Porto Alegre, eu particularmente amei e me identifiquei muito com a história do livro "Olhai os Lírios do Campo". Na primeira parte do livro Eugênio vai lembrando-se de momentos da sua vida enquanto se dirige ao hospital onde está sua amada Olívia. Eugênio menino pobre, gozado na escola, não conseguia amar seu pai por ele ser pobre e não poder dar estudo, tinha uma mãe que trabalhava muito, e eu um irmão viciado em bebidas e rebelde. Ele não gostava de ser pobre e sempre dizia que um dia queria ser alguém na vida, ser rico e ser conhecido por todos. Então ele cresce e com muita luta ele consegue se formar numa faculdade de medicina com sua amiga Olívia, a única menina que cursava medicina na sala dele também, eles se tornam grandes amigos, então Eugênio tinha um pouco de medo e receio de lidar com o corpo humano e seus organismos, ele sentia um frio e um vazio, sentia náuseas no estômago. Porém tentava se controlar para que ninguém sentisse seu medo que lhe tomava o corpo, e no fim suas cirurgias sempre terminavam bem sucedidas. E sua amiga Olívia lhe dava força, ânimo e confiança para vencer esse medo, ela conseguia sentir e entender a vida de Eugênio. Certa noite, os dois seguiram para a casa de Olívia e lá os dois tiveram uma noite de amor, Eugênio sentia-se um homem novo entrando num mundo em que amanhecia.  Porém certo dia Olívia recebe um convite para ir trabalhar em uma maternidade na Itália. Então ela vai para lá, deixando Eugênio sozinho em Porto Alegre. Durante um atendimento médico, Eugênio conhece Eunice Cintra, uma jovem rica, porém, vazia. Filha de um grande empresário o Sr. Cintra, então Eugênio se casa com ela, tendo então o que sempre sonhou poder, dinheiro e status. Na segunda parte do livro Olívia parte para o interior, onde dá a luz a uma menina, filha de Eugênio, Anamaria. Passando três anos, Olívia e Eugênio reencontram-se e passam a viver novamente juntos. Quando Eugênio se separou de Eunice, Olívia morre de uma hemorragia, então Eugênio passa a viver com sua filha na casa dos Falk, velhos amigos de Olívia. E recomeça a exercer a sua profissão juntamente com o doutor Seixas, tratando as pessoas pobres que não teriam condições de pagar uma consulta. No livro também fala da história de Dora e Simão, Dora é filha de um grande engenheiro, amigo de Eugênio, que construiu o maior prédio da América Latina, o “Megatério”, Simão e Dora são namorados, porém o namoro deles não é aceito pelos pais, pelo fato de Simão ser judeu e pobre. E Dora acaba morrendo num aborto feito por uma parteira após Eugênio negar a fazer o aborto. Então Eugênio vai se ligando a uma vida mais simples, descobrindo que dinheiro não traz felicidade, ele começa a ser mais humilde por tais acontecimentos com Olívia, pois quando viva ela fazia Eugênio refletir e sempre dizia “Considerai os Lírios do Campo. Eles nunca fiam nem tecem e, no entanto nem Salomão em toda sua glória se cobriu com um deles.” Anamaria traz para  Eugênio lembranças de Olívia e sinaliza a esperança que o futuro pode ser diferente e melhor. A história acaba com ele e Anamaria saindo para passear num ensolarado dia deverão em Porto Alegre.
Citações que me chamaram atenção: 
Se Deus existia, tinha esquecido o mundo, como um autor que esquece voluntariamente o livro de que se envergonha.
Tornou a abrir os olhos. Não, era impossível que não houvesse um sentido em tudo aquilo, era demasiadamente cruel que a vida não tivesse uma finalidade, um propósito.
Ele sempre sentira um certo elemento de desprezo na maneira como a maioria dos colegas o tratava.
"Estive pensando muito na fúria cega com que os homens se atiram à caça do dinheiro. É essa a causa principal dos dramas, das injustiças, da incompreensão da nossa época. Eles esquecem o que têm de mais humano e sacrificam o que a vida lhes oferece de melhor: as relações de criatura para criatura. De que serve construir arranha-céus se não há mais almas humanas para morar neles?"
Por que é que tudo nele era feio e desagradável? — perguntava-se a si mesmo. — Por que é que tudo quanto lhe pertencia era desajeitado e sem graça, desde as pobres roupas que o pai lhe fazia até ao corpo que Deus lhe dera?
“Olha as estrelas. Enquanto elas brilharem haverá esperança na vida.”
Com surda cólera Eugénio contemplava a imagem do espelho. Era como se estivesse diante de um inimigo – inimigo perigoso que lhe conhecia todos os segredos, todos os pecados, até os mais sórdidos e escondidos.
Era só e infeliz. E essa permanente sensação de infelicidade, desconforto e insatisfação lhe irritava os nervos, causava-lhe uma impaciência que o deixava desinquieto e às vezes taciturno e intratável.
Naquela noite ele precisava de estrelas, de muitas estrelas, para se convencer de que havia esperança no mundo.
Nem com todas as conquistas da inteligência tinham descoberto um meio de trabalhar menos e viver mais.
Olhai os lírios do Campo - Érico Verissimo


Nenhum comentário:

Postar um comentário